terça-feira, 10 de maio de 2011

Padrões sociais pré-estabelecidos

          A margem da sociedade tratados como impuros “sujeiras” da pós-modernidade é assim que podemos classificar os menores que vivem na criminalidade. Pessoas de baixa renda que foram excluídas socialmente por não ter condições financeiras de tornarem-se consumidores ativos neste mundo capitalista que rotula as pessoas pela sua alta ou baixa capacidade de consumir os produtos oferecidos no mercado. O que acontece com os “excluídos” aqueles que não se encaixam nos padrões criados para a pureza é então tratados como refugos do consumismo e serão impedidos de entrar em locais de alto padrão, não poderão se misturar com os grandes consumidores. Privados da liberdade consumista do mundo capitalista onde quem tem mais poder aquisitivo são considerados melhores, aqueles consumidores falhos são vistos como perigo a esse mundo e os “melhores” vivem cercados de seguranças, câmeras de vigilância, grades, muros alto, cercas elétricas, carros de vidros fechados. Aprisionados pela falsa liberdade que criaram para satisfazerem seus luxos e exibir suas riquezas.
         Os padrões mudam de acordo com o tempo a cultura muda e às vezes o que é puro pode tornar-se impuro “sujo” na sociedade, a classificação puro e impuro é mais uma questão de lugar onde estão dispostos, o que é impuro em um lugar noutro já não é, tudo é uma questão de lugar certo para cada qual. O que vemos acontecer hoje em nossa sociedade soteropolitana é simplesmente que formas de padrões sociais pré-estabelecidos que categorizam como devem agir as pessoas, e aqueles que fogem essa regra são rotulados como impuros que causam  desordem à sociedade, é justamente o que acontece com os menores que vivem na criminalidade. Eles são encostados a margem da sociedade que vive dentro dos padrões considerados normais, é por não confiar nesses infratores que as pessoas enquadradas nos altos padrões vivem cercadas e protegidas todo o tempo gozando de uma falsa liberdade. Tendo em vistas todos os aspectos observados entende-se que tudo o que foge os padrões pré-estabelecidos socialmente é considerado impuro e deve ser banido da sociedade como se não tivesse utilidade nenhuma e que de forma alguma possam ser enquadrado dentro dos bons padrões sociais. Rotulamos os menores infratores como uma doença social difícil de ser remediada, devido a demanda ser muito grande os recursos destinados ao tratamento ser mínimo e além desses problemas muitos dos menores não querem ajuda pois muitas vezes já estão viciados em drogas e em suas casas se tiverem casa, não encontraram as drogas para satisfazer os vícios e em algumas instituições de apoio ao menor são mal tratados e também não encontram drogas então preferem voltar para o mundo do crime e das drogas onde fazem o que querem sem ninguém para lhes dar ordem do que deve ou não ser feito. É por fugirem tanto da ordem que a sociedade almeja é que podemos dizer que o padrão de vida vivida por eles não se encaixa nos padrões pré-estabelecidos socialmente e por isso rotulamos como obstáculos para a concretização da tão sonhada pureza.
REFERÊNCIAS:
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de janeiro: Gorge Zahar 1998


Um comentário:

  1. Com algumas pequenas modificações, o seu texto pode render uma boa reflexão sobre o assunto.

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